Selic e o crédito: por que a queda dos juros não chega imediatamente ao bolso do consumidor
- Fábio Marcelo da Rocha Rodrigues

 - há 18 horas
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A taxa Selic é um dos principais instrumentos de política monetária do Brasil. Definida pelo Banco Central, ela serve como referência para todas as demais taxas de juros praticadas no país. Em teoria, quando a Selic cai, o crédito deveria ficar mais barato, estimulando o consumo e os investimentos. No entanto, na prática, o efeito não é imediato, e essa defasagem gera frustração em grande parte da população.
O primeiro ponto a considerar é que a Selic é apenas a base. Os bancos, ao definir os juros cobrados em empréstimos, financiamentos e cartões de crédito, levam em conta outros fatores, como o risco de inadimplência, os custos administrativos e a concorrência no setor. Por isso, mesmo que a Selic seja reduzida, o repasse ao consumidor final pode demorar semanas ou até meses.
Além disso, o impacto varia conforme o tipo de crédito. Em financiamentos de imóveis e veículos, a queda da Selic tende a ser percebida mais rapidamente, já que novos contratos são ajustados às condições do mercado. Empréstimos pessoais também podem refletir a redução em um prazo relativamente curto. Já no caso do cartão de crédito e do cheque especial, a influência é mínima, pois o risco de calote é elevado e os bancos mantêm margens altas para se proteger.
Diante desse cenário, é fundamental compreender que a Selic funciona como um volante da economia: o Banco Central gira, mas até o carro mudar de direção, leva tempo. Assim, a queda da taxa básica de juros é uma boa notícia, mas não deve ser interpretada como um alívio imediato no orçamento das famílias. O consumidor precisa estar atento, comparar condições de crédito e, sempre que possível, planejar suas finanças para não depender de linhas caras como o rotativo do cartão.
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